Infinito
Pergunto-me se os teus olhos azuis
Ainda pousam sobre as colinas,
E se és feliz?
Se, no intervalo da vida,
Quando uma brisa t'acaricia o rosto
E uma folha tomba,
Rodopiando sobre si própria, até ao chão,
Te lembras de mim?
Dos meus olhos,
Do meu sorriso
Quando olhava para ti?
Se compreendeste que era tudo real?
Que só eles eram reais neste mundo?
Se tomaste na alma os beijos
Que te espalhei pelo corpo
E te abrigaste neles quando te sentiste só?
Se pousaste a cabeça dentro dos versos que te fiz
E descansaste, da dor e da vida,
Olhos fechados,
Bracos abertos?
Podíamos recomeçar tudo?
Não.
Mas podemos ter-nos para sempre
Porque o que nos une é feito de infinito.